23 de maio de 2013

4:20 am



são paulo é over
overdose
overbooking
SP 48 horas
batendo tambor
para os exus 
do concreto
fixo
civilizados
os povos 
que não 
consomem
álcool
em território
público
mas 
só sabe
disso
quem 
conhece
outros povos
outros
mundos
o brasil
não conhece
nem o nordeste
o periférico
não sabe
do centro
são paulo
é esquizo
frenética
é alterada
revira a noite
em milhões
de realidades
e lixo
um casal 
de garis
se ama
sentado
no banquinho
da praça
outros dois
ao final
dançam 
junto
com o público
é madrugada
e toda face
tem um lume
na noite 
de lua
crescente
os arrastões 
passaram 
e passarão
batido
desvio 
o meu caminho
de felicidade
são paulo
virada
é diferente
e a periferia 
acena ao centro
de bobeira
- levaram 
a minha prata, tia
a minha prata
é a distância
que separa
o sul e o leste
capão 
me representa
morro doce
santa inês
o ônibus 
pela manhã
é consolação
são paulo
para ser doce
custa caro
e engole os olhos
de quem vê
de longe
a redução de danos
é tudo
que a cidade 
precisa
o consumo
não importa
se da matéria
substância
ou energia
pode ser 
perverso
intenso
insano
consciente
errante
errando
do anhagabaú
ao parque da luz
sempre surge
uma insignificância
uma jóia
uma negligência
debaixo do tapete
são paulo
é a orgia 
das hordas
a desordem 
das horas
da grana ao caos
da grama ao pó
que em si 
fascina
e enfim
devora

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